Manual da Criança Cientista

O Manual da Criança Cientista é um projeto de ciência, arte e cultura da Escola de Educação Infantil Upiá. Apresentado em fascículos, o Manual traz poemas e textos curtos, ilustrações e sugestões de experiências científicas e artísticas. Tudo o que as crianças precisam é da curiosidade nata delas e um adulto leitor e desafiado a buscar informações e respostas para as mais diversas perguntas sobre o mundo.

Em parceria com a editora local @firmatecla, em Abril lançamos o primeiro fascículo do Manual da Criança Cientista, com o tema “Laboratório de Criança”.

O fascículo de Geologia está sendo aquecido pela impressora da Firma Tecla, em breve nas mãos dos Bem-te-vis, Andorinhas e Sabiás da Upiá.

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Cuqui edita ilustrações próprias e de Gaia

Editorial, poemas e textos por Gaia e Renata Freitas

Diagramação feita pela Cuqui

Renan Cardozo e Lais Soler foram os revisores do primeiro fascículo.

O que há para além de uma caixa?

por Laís Soler e Roberlânia Moura

Como escola que se orienta pelas postulações de Maria Montessori, a preparação do ambiente que receberá as crianças nos cotidianos tecidos pela Upiá é o primeiro e, talvez, um dos mais importantes movimentos que antecedem o brincar. E é assim que a caixa surge cheia de intencionalidade pelas salas da escola.

As crianças se aproximam da caixa curiosas: o que seria aquela novidade colocada bem no meio da sala? A aproximação é sem receios: a caixa, sem muitas apresentações, vira berço, que vira carro, que vira canoa, que vira trem, que vira fogão e um avião para uma viagem rápida a Porto Alegre ou ao Laranjal. E, assim, sua composição permite que a cada dia ela seja instrumento de um enredo diferente.

Mas é possível brincar em uma ou com uma caixa? Ela provavelmente não tenha o apelo visual de cores de um brinquedo industrializado, por exemplo, e por suas características simples é que se dá a mágica da brincadeira não-estruturada: a imaginação, que desafia, diverte e torna qualquer material de brincar muito mais interessante. A potencialidade criativa que um material oferece àquele que brinca é proporcional à sua simplicidade. Não é preciso que venha imbuído de sugestões para que haja brincadeira, ela acontece naturalmente!

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O brinquedo é apenas um meio para o brincar; não possui conteúdo imaginário, ainda que possa sugerir enredos. O conteúdo imaginário está com aquele que brinca e, em especial, na criança que possui como linguagem primeira o brincar. Qualquer material transforma-se nas mãos de uma criança. Há ainda a potencialidade de exploração, sensorial, espacial e lógica, dos materiais oferecidos. Você já ouviu o som e sentiu a trepidação que a caixa faz quando a pintamos rapidamente com giz de cera?

Quando deixamos a nossa imaginação livre, surge uma lista enorme de opções divertidas para interagir com as crianças e nesta nova forma de brincar, aliás, elas são as autoras mais criativas e mais espontâneas. Brincar é a linguagem da criança. Quando brinca, ela aprende, se desenvolve, movimenta, cria e experiencia os sabores e texturas do entorno que descobre e desbrava nos cotidianos dos espaços que percorre em sua primeira infância.

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Nesta fase de isolamento social, precisamos ter alguns cuidados extras para que a brincadeira seja apenas mais um momento feliz. Cabe salientar que as caixas utilizadas devem ser as que já estejam dentro de nossas residências pelo menos há quinze dias. Os estudos sobre o período que o corona vírus permanece vivo em cada tipo de material e superfície ainda estão em desenvolvimento, portanto, é necessário ainda mais cuidado com os objetos que levamos para dentro de nossas casas. Desta forma, a preocupação dará lugar apenas as novas possibilidades de entrar no mundo da imaginação e descobrir o quanto é divertido brincar com caixas.

Rito de Passagem do Pré-escolar 2018

No dia 18 de dezembro celebramos o Rito de Passagem do Pré-escolar 2018. Nossa cerimônia iniciou com a apresentação de flauta do flautista e sopapeiro Rogério Bigu Amaro, na presença de mães, pais, avós, irmãos e tias das crianças.

Ao som do Sopapo, instrumento de percussão criado pela comunidade afrodescendente de Pelotas há quase 200 anos, o professor João Cruz deu início ao Rito de Passagem, chamando as crianças para tocarem os tambores e celebrar o encerramento deste ciclo na Escola Upiá.

As crianças do pré-escolar Emília, Lucía, Bernardo e Anaí, receberam seus capelos das professoras Paula Quevedo e Roberta Berclaz, e assumiram seus tambores e começaram a batucada acompanhados dos amigos com chocalhos, pandeiros e maracas.

A professora Jordana Domingues chamou pelo sinal em Libras (Língua Brasileira de Sinais) as crianças da turma Andorinha para receberem a Lembrança da Escola Upiá. No vídeo, link abaixo, ela chama a aluna Maria Fernanda. A professora Cíntia Oliveira e a professora Janice Franch entregaram a Lembrança às crianças das turmas Bem-te-vi e Ninho. Cada criança recebeu a sua fotografia no mural pintado por Sandro Andrade, pai da aluna Anaí.

Contamos com a presença da nossa ex-coordenadora pedagógica Raquel Moreira, que com a sua energia e carinho por nossa escola ajudou na organização e nos presenteou com o convite ao flautista Rogério Bigu e com o apoio da Ocupação Canto de Conexão, que gentilmente emprestou os tambores e o Sopapo para este momento especial.

Que a nossa batucada retumbe junto ao coração das crianças e de suas famílias ao recordarem este importante momento e que venha 2019 cheio de alegrias a todxs!

Fotos: Bruno Figueirôa, Jordana Domingues e Renata Freitas

Vídeos: